SAÚDE

Variante Ômicron é detectada em 110 países

Informação é da OMS em resumo técnico atualizado
A variante Ômicron, do coronavírus, já foi detectada em 110 países e continua a propagar-se rapidamente, duplicando o número de casos em dois a três dias, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Numa atualização do resumo técnico sobre a Ômicron, a OMS disse que, até quarta-feira (22), a nova cepa tinha sido notificada em 110 países localizados em suas seis regiões.
A organização lembra que a doença continua a propagar-se de forma exponencial. Acrescenta que as taxas de contágio, no entanto, estão baixando na África do Sul, país onde foi inicialmente detectada a nova variante, muito devido ao declínio das taxas de contágio na província de Gauteng, onde se localizam as cidades de Pretória e de Joanesburgo.
Dados procedentes de focos de contágio na África do Sul, no Reino Unido e na Dinamarca indicam menor risco de hospitalização em pacientes que contraíram a Ômicron, em comparação com os que foram infectados com a Delta, afirma a OMS.
A organização observa, no entanto, que a compreensão dessa variante está evoluindo à medida que mais evidências ficam disponíveis, e por isso analisa os dados com prudência.
Outros estudos preliminares em vários países indicam redução da proteção de vacinas, como a AstraZeneca ou a da Pfizer-BioNtech, em relação à Ômicron, embora no caso dessa última uma dose de reforço parece aumentar a sua eficácia.
A covid-19 provocou mais de 5,37 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, notificado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
A nova variante Ômicron, classificada como preocupante pela OMS, foi registrada na África Austral. -RTP

 

Ômicron é alerta da ameaça do vírus
Conclusão está em análise publicada na revista Science
O surgimento de variantes como a Ômicron é “um alerta da ameaça” que significa o SARS-CoV-2 e da importância das vacinas que, com a terceira dose, podem restaurar a eficácia em mais de 90% em caso da doença grave. A conclusão consta de análise publicada na revista Science.
O microbiólogo da Universidade de Cambridge Ravindra Gupta e o pesquisador do Scripps Research Translational Institute Eric Topol analisaram estudos recentes sobre infecções após a vacinação e sobre a eficácia das doses de reforço na proteção contra variantes, em especial a Delta.
Os autores lembram os elevados níveis de proteção das vacinas de ARN, como a Pfizer e a Moderna, contra a Covid-19 sintomática, mas que diminuem com o tempo, especialmente nas pessoas com mais idade e nas imunodeprimidas.
Os estudos indicam que o tempo é fator-chave na diminuição da eficácia das vacinas e que a perda de proteção provavelmente ocorreu pelo aumento da prevalência da variante Delta, dizem os cientistas.
Os estudos imunológicos da resposta às injeções de reforço, administradas seis meses depois da vacinação completa, mostram “de forma uniforme a indução de quantidades muito elevadas de anticorpos neutralizantes”.
Os autores citam um estudo realizado em Isarel, onde mais de 1,1 milhão de pessoas com mais de 60 anos receberam o reforço de uma vacina de ARNm, que conseguiu restaurar uma eficácia de mais de 90% contra a covid-19 grave.
Apesar de os esforços serem importantes e poder continuar durante algum tempo, as intervenções não farmacêuticas, como o uso de máscaras e o distanciamento social, não só ajudam a reduzir os casos de covid-19, como também limitam a oportunidade de surgirem variantes que podem afetar a imunidade.
As novas variantes podem evoluir a partir da Delta, serem totalmente diferentes e, inclusive, “ser recombinações de variantes devido a infecções mistas dentro de hóspedes individuais”.
O especialistas referem-se também à variante B.1.1.529 (Ômicron), que vai ganhando terreno em todo o mundo e que apresenta múltiplas mutações.
A continuidade da transmissão do coronavírus em populações muito vacinadas “mostra a necessidade de ampliar a vacinação em todos os grupos etários, mantendo ao mesmo tempo as medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras”, consideram Gupta e Topol. -RTP

 

 

Redação

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