SAÚDE

Desmotivação x depressão: entenda a diferença

Comumente confundidas e relacionadas, a desmotivação e a depressão são diferentes, mas devem ser tratadas com a mesma atenção. Existem formas de diferenciar e tratar cada um desses problemas que igualmente afetam de forma significativa a saúde mental.
A depressão
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a depressão é um transtorno comum, mas sério, que interfere na vida diária, capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e aproveitar a vida. É causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) relatam que o Brasil apresenta 5,8% da população depressiva.
“Na depressão, a depender de sua intensidade, o deprimir é generalizado, é um processo de adoecimento que demanda terapia e, às vezes, intervenções medicamentosas”, aponta Vladya Lira,  psicóloga e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit Pernambuco).
Pessoas que sofrem da doença relatam quadros de tristeza, mudanças comportamentais e de humor, choro repentino, perda de apetite e falta de vontade de fazer coisas que antes eram prazerosas, por exemplo. Os fatores que a causam são diversos e o paciente não consegue identificar apenas um, podendo apresentar os mesmos comportamentos por semanas, meses e até mesmo anos.
A psicóloga explica que existem diversos motivos e que é preciso avaliar cada indivíduo de forma única. “Têm fatores psico-socioemocionais, além de ser interessante avaliar o lítio da pessoa, substância que, quando diminuída no corpo, gera tristeza e desmotivação”, salientou Vladya.
A desmotivação
Já a desmotivação acompanha os mesmos quadros de melancolia, choro, pessimismo, mas é algo momentâneo e, nesse caso, é possível identificar a causa principal – geralmente fatores externos. Muitas vezes está ligada a uma falta de reconhecimento profissional, frustrações no cotidiano e problemas financeiros, familiares e pessoais.
“Desmotivação pode estar relacionada a algo que não te deixa entusiasmado. Por exemplo, o trabalho não faz sentido, ou o curso que escolheu. Pode ser também por algo que mudou. O paciente pode estar desmotivado para ir ao trabalho, mas não estar desmotivado para encontrar amigos ou fazer viagens, por exemplo”, explica a psicóloga.
Tratamento
Por mais que sejam parecidos, é necessário observar a recorrência desses quadros, questionar suas causas e buscar ajuda de psicólogos e/ou psiquiatras, para que se tenha uma melhoria no bem-estar.
“O profissional poderá identificar situações psicoafetivas e sociais que estão gerando desmotivação, ou se caracteriza mesmo como uma depressão. É preciso contextualizar cada situação, e no tratamento, vamos promover um processo de autoconhecimento que favorece a tomada de decisões e o conhecimento de si mesmo”, orienta Vladya.

– Liberação da imprensa

Redação

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