ECONOMIA

Sob impacto do COVID-19, indicador sinaliza ritmo forte da taxa de desemprego

“O resultado de março mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus na perspectiva sobre o mercado de trabalho. Essa foi a 2ª maior queda da série histórica, ficando atrás apenas da ocorrida na crise de 2008-09. O cenário negativo deve persistir nos próximos meses”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE
Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getulio Vargas caiu 9,4 pontos em março de 2020 para 82,6 pontos, menor nível desde junho de 2016 (82,2 pontos). Apesar da queda, o resultado trimestral é 1,0 ponto superior ao trimestre anterior. Em médias móveis trimestrais, o indicador interrompe trajetória positiva ao recuar 2,4 pontos em relação a fevereiro.
“O resultado de março mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus na perspectiva sobre o mercado de trabalho. Essa foi a segunda maior queda da série histórica, ficando atrás apenas da ocorrida na crise de 2008-09. O cenário negativo deve persistir nos próximos meses, considerando o crescente aumento de incerteza no país”, afirma Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 0,6 ponto em março, para 92,5 pontos. O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Em médias móveis trimestrais, mantém-se tendência decrescente, ao recuar 0,9 ponto.
“O ICD registrou um aumento tímido após três meses de resultados positivos. Os efeitos do coronavírus ainda não geraram impacto significativo nos consumidores em março, considerando que as medidas de isolamento foram tomadas a partir do dia 15. Contudo, é possível supor uma piora do indicador nos próximos meses, à medida que forem ficando mais claro os impactos na economia”, continua Rodolpho Tobler.
Todos os sete componentes do IAEmp, recuaram em março, com cinco dos sete indicadores recuando pelo menos em 7,0 pontos. O destaque do mês é para o indicador de mede as expectativas para os próximos seis meses e o indicador que mede a situação corrente dos negócios, ambos no setor de Serviços, que recuaram 24,0 e 15,0 pontos, na margem, respectivamente.
No mesmo período, o aumento do ICD foi influenciado por três das quatro classes de renda familiar. A maior contribuição para o resultado do ICD foi dada pela classe familiar com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800, cujo Emprego Local Atual (invertido) variou negativamente em 4,6 pontos na margem.
O estudo completo está disponível no site.

FGV

Redação

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