Projeto da expedição arqueológica Ilha da Trindade
O Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR), após analisar os sólidos argumentos de seu associado Marcos Juliano Ofenbock, baseados em minuciosas e árduas pesquisas, buscando esclarecer o que parecia ser um mito de um velho inglês que viveu obscuramente em Curitiba por 60 anos, no século XIX, comprovou a veracidade de que fora um ex-oficial da Marinha Real inglesa, forçado pelo destino a abandonar a sua brilhante carreira e tornar-se um pirata.
Em 1821, o general José de San Martin que libertou o Peru do jugo espanhol, permitiu que o valioso tesouro da Catedral de Lima fosse retirado e embarcado em um galeão partindo de Lima com destino à Espanha. Ao ingressar no Oceano Atlântico a embarcação foi interceptada por piratas e o tesouro saqueado. O butim foi escondido em uma ilha deserta no meio do oceano, fora de tradicionais rotas marítimas. Em 1850, em Bombaim na Índia, um marinheiro russo em seu leito de morte, revelou ter sido um dos piratas que saqueou o Tesouro de Lima, e entregou para o capitão de um navio mercante inglês um mapa indicando a existência de um grande depósito de tesouros roubados, que foram escondidos na Ilha da Trindade, na Baía Sudoeste da ilha na região da Praia do Príncipe.
De posse desse mapa, ocorreram três expedições inglesas em busca desse depósito dos tesouros, em 1880, 1885 e a última em 1889. Nenhuma das expedições conseguiu atingir seu objetivo, por causa de um grande desmoronamento que ocorreu no local impossibilitando os expedicionários de encontrarem o depósito dos tesouros. A última expedição inglesa de 1889, coordenada pelo advogado e jornalista de guerra inglês Edward Frederick Knight, resultou na publicação de um livro “O cruzeiro do Alerte, uma narrativa da procura por um tesouro na ilha deserta da Trindade”.
Em 1880, em Curitiba no sul do Brasil, um velho inglês que vivia recluso foi localizado por um jovem imigrante inglês chamado Edward Young que procurava por conterrâneos. Estabeleceram forte amizade e passado um ano, Young ao despedir-se para retornar à Inglaterra, o velho revelou ter sido um capitão pirata com o nome de guerra de Zulmiro, que fazia parte do mesmo bando do pirata russo.
O pirata entregou ao jovem um roteiro cifrado de como encontrar o depósito escondido na Baía Sudoeste da Ilha da Trindade e outro depósito que foi escondido no interior da Ilha, na região da Enseada da Cachoeira, hoje chamada de Praia do M. A veracidade desta história fica comprovada pela revelação de dois piratas que esconderam tesouros na mesma ilha, mesmo estando em pontos distintos do mundo e cada um pensando que o outro estava morto, apontam para o mesmo local e descrevem o mesmo tesouro.
De posse do roteiro, ocorreram quatro expedições brasileiras em busca dos tesouros, duas em 1910, uma em 1911 e a última em 1912. Nenhuma daquelas expedições brasileiras conseguiu atingir seu objetivo devido a falta de tecnologia que possibilitasse os expedicionários localizar o local específico onde os depósitos dos tesouros foram escondidos. A Marinha do Brasil no ano de 1950, realizou a expedição “João Alberto” para planejar a ocupação permanente da ilha da Trindade, entre os objetivos também estava a busca pelos depósitos dos tesouros, mas não tiveram sucesso.
Figura 7 – Mapa original entregue pelo pirata russo na Índia em 1850.
Figura 8 – Detalhe ampliado do mapa original com a palavra TREASURE na Baía Sudoeste.
Os pesquisadores embarcaram no dia 04 de dezembro de 2023 no Rio de Janeiro, no navio de patrulha oceânica NPaOc Apa (P-121) rumo à Ilha da Trindade.
Após três dias de viagem, os pesquisadores desembarcaram na Ilha da Trindade no dia 07 de dezembro de 2023.
Durante dois dias (07 e 08) foram visitados os dois locais dos depósitos dos tesouros, no primeiro dia a Praia do Príncipe na baía sudoeste da Ilha da Trindade, a ravina que os piratas esconderam um dos depósitos de tesouros.
No segundo dia foi feita uma trilha até o Pico Verde e lançado um drone para coletar imagens da região da Enseada da Cachoeira, Praia do M, a região do segundo depósito de tesouros.
Com a aprovação do projeto pelas entidades responsáveis e verificação pela Marinha da exequibilidade logística do projeto, será iniciada a segunda etapa de prospecção de patrocinadores na iniciativa privada, não serão usados recursos públicos no projeto da Expedição Arqueológica Ilha da Trindade.