O fator tempo na vida do inventor
Por Alcion Bubniak
Desde que nasce o ser humano está descobrindo as coisas, e como elas funcionam ao seu redor. Segundo a psicologia, o “desejo” é o motor do desenvolvimento. E esse impulso parece estar conectado ao DNA de cada um. Seria muito mais fácil acomodar-se numa zona de conforto e evitar os riscos, porém isso frustra e não traz nenhuma novidade que justifique ou enriqueça a existência com novas experiências. Pensando nisso, e para além disso, muita gente deu literalmente a vida em prol da inovação.
Ao nos depararmos, por exemplo, com a invenção dos carros, a cada novo momento surge uma nova tecnologia embarcada, similares as tecnologias empregadas em aviões. Mesmo diante disso, muitos se perguntam da importância da inovação, e se esquecem que ela salva vidas. Nunca deveríamos nos dar ao luxo de recusar a possibilidade de possuir uma valiosa inovação.
De outro lado, a mecânica do sentimento por detrás das motivações humanas como num passe de mágica, cria a ilusão em nossas consciências, de novas experiências mais completas e prazeirosas. Aos poucos vão sendo cristalizadas as “marcas” e gostos pessoais em meio as redes neurais. São as percepções que tornam a todos e aos pensamentos, verdadeiros autômatos* no comando de nosso destino. Mas afinal, qual a medida de nossos limites, quando buscamos preencher um campo vasto criado pelo imaginário, com criação material que vão dando forma aos sonhos, e que antes não passavam de simples fantasias de futuro?
O marketing como ciência do comportamento, conseguiu estabelecer o mapa comportamental dos desejos e traçou uma rota definida para que o gosto seja capturado pelas formas, cores e apelos. Com isso, o desejo e a vida se revestiram de um novo encanto: a inovação. Nesta mistura de emoções, o ser humano vez ou outra se depara sozinho e isolado, em um mundo que ele idealizou para si, mas que equipou com todos os artefatos que passaram a acompanhar e o definir: cada um externaliza o que é internamente.
Contudo, permanece ainda a pergunta sobre qual será a nova descoberta? A vida não é algo lógico, mesmo que assim quisessem os racionais e cartesianos, sendo as descobertas um processo natural. Assim é que cada um vive a busca de se encontrar e encontrar razão no tempo que não pára, que a tudo supera e a tudo consome, e que de forma intangível, a tudo permeia. O tempo parece conter a razão da vida, é a medida entre as boas e más ações. E para que o tempo seja preenchido com algo mais completo que o tédio da ausência das coisas, as invenções e as descobertas surgem para encantar e enfeitar o palco da vida.
Albert Einstein* passou a vida buscando decifrar o tempo a partir de fórmulas matemáticas. Foi funcionário do departamento americano de patentes e instigado por tantos inventos, foi o grande responsável em desvendar o enigma da relatividade, ao expressar o conceito celebre de que tudo nesta existência se resume ao conceito da energia quântica. ( E = m.c² ). Tentar compreender a lógica do tempo ajuda a refletir sobre o papel das invenções humanas, mesmo que estas habitem além da condição de compreensão atual. Mesmo assim, é importante ousar, pois segundo Einstein, “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade”, tanto quanto “A imaginação é mais importante que o conhecimento”.
As invenções podem se transformar em patentes, que também tem algo a ver com o tempo, pois são marcos temporais com prazo de validade. Segundo Einstein, é preciso coragem para inovar: “Quem nunca errou, nunca experimentou nada novo.” Inovar é, sem dúvida, compreender que o tempo é uma linha contínua, e que à medida em que percorremos esta linha, definimos marcos importantes que servirão de referências acabando por construir um legado histórico para os que ainda nascerão. É de se questionar o por quê as pessoas desperdiçam tanto tempo sem nada inventar. Bem disse Einstein, “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.
* autômato: Um autômato é uma máquina que se opera de maneira automática, podendo ser a pessoa que age como máquina, apenas cumprindo ordens, sem questionar.
**Albert Einstein, físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares da física moderna juntamente com mecânica quântica. Nascido em Ulm, 14 de março de 1879 e falecido em Princeton, 18 de abril de 1955, foi casado com a cientista Mileva Maric de 1903 a 1919.
*Alcion Bubniak, é formado em Desenho Industrial e como Agente de Propriedade Industrial (credenciado ao INPI API 116), atua há mais de 30 anos na assessoria de proteção à propriedade intelectual com extensão aos aspectos mercadológicos, de design, branding e estratégias comerciais.