Novo estudo revela mais 500 milhões de pessoas vivendo na pobreza no mundo
Índice Multidimensional de Pobreza de 2019 foi apresentado esta quinta-feira; mais de 85% dos pobres vivem na África Subsaariana e no sul da Ásia; relatório também identificou níveis de pobreza em 10 países com 2 bilhões de pessoas.
As Nações Unidas publicaram esta quinta-feira o Índice Multidimensional de Pobreza de 2019. O novo estudo destaca as “grandes desigualdades entre os países”.
Cerca de 1,3 bilhão de pessoas de 101 nações analisadas são consideradas “multidimensionalmente pobres”. As várias disparidades são evidentes nessas nações e entre os segmentos mais pobres de todas as sociedades.
Dimensão da Pobreza
O diretor do Escritório do Relatório do Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pedro Conceição, ressalta como a nova análise expõe a dimensão da pobreza e da desigualdade nos países.
“Pobreza Multidimensional é um conceito importante, porque tenta perceber de que forma é que as pessoas vivem em pobreza, mas não só. Através do fato de serem baixos níveis de rendimento. Tende a medir também a forma como indicadores ligados a saúde e à educação têm impacto na forma como as pessoas vivem as suas vidas. Quando temos este conceito um bocado mais abrangente da pobreza, aquilo que verificamos é que o número de pessoas que vivem em pobreza é maior do que aquele número de pessoas que vivem em pobreza quando medimos apenas através do rendimento. Há 500 milhões de pessoas que vivem em pobreza multidimensional do que aquelas que vivem em pobreza extrema, se olharmos apenas para indicadores de rendimento.”
Além de medir a pobreza somente pelo rendimento, o novo relatório inclui indicadores como saúde precária, má qualidade do trabalho e ameaça de violência.
Dos países estudados, 31 são de baixo rendimento, 68 de rendimento médio e dois de alto rendimento. Conceição destaca como o estudo defende uma ação contra a pobreza em todos esses contextos.