Livro inédito sobre o genocídio ucraniano é lançado no Brasil
A invasão criminosa da Rússia à Ucrânia, que vem causando milhares de mortes, muita dor a todos os ucranianos e aniquilando cidades e a infraestutura do país, traz muita incerteza para todo o mundo civilizado. Esta realidade brutal, ocasionada pela sucessora da União Soviética, tem muito a ver com os acontecimentos de 1932-1933 na própria Ucrânia, que levaram à morte pela fome de milhões de camponeses.
Este fato estarrecedor, revelado pela abertura dos arquivos secretos da antiga URSS e pelas denúncias apresentadas em tribunais internacionais, veio a ser conhecido como o genocídio do povo ucraniano pela fome. Estes fatos tão dolorosos e marcantes, que unem o passado e o presente da Ucrânia, são o tema do livro “Holodomor 1932-1933 – genocídio do povo ucraniano”, de autoria do professor Volodymyr Serhiychyk, da Universidade Taras Shevchenko de Kyiv, Ucrânia.
Editado pela Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB), o livro será lançado em Curitiba, no dia 7 de novembro, e em Prudentópóils, no dia 8 de novembro, com a presença do professor Volodymyr Serhiychyk. “A obra constitui-se de grande importância para manter a memória dos acontecimentos ocorridos na Ucrânia, que levaram à morte milhões de camponeses.
O Holomodor serve de alerta para toda a humanidade. Fatos dessa grave dimensão, como ocorreu com diversos povos ao longo da história (no Brasil contra nações indígenas), não podem jamais se repetir”, diz Vitorio Sorotiuk, presidente RCUB.
“O direito à memória é um tributo que toda a humanidade deve respeitar”, diz ele. Um acadêmico de reconhecimento internacional Volodymyr Ivanovych Serhiychuk (em ucraniano: Володимир Іванович Сергійчук) nasceu em 13 de março de 1950, na aldeia de Pryberezhne, região de Zhytomyr, Ucrânia. É professor da Universidade Nacional Tarás Chevtchenko em Kyiv, capital da Ucrânia, onde é chefe do Departamento de História Mundial da Ucrânia. Serhiychuk é membro titular da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia. Recebeu o prêmio científico nacional da Ucrânia Mazepa (1995) e Cruz de Ivan Mazepa (2010). É também autor de quase uma dezena de livros sobre a realidade ucraniana. O livro é fruto de muitos anos de estudos e pesquisas do professor. E tem edições em ucraniano e inglês. Em 2006, o Parlamento ucraniano reconheceu oficialmente o Holodomor como genocídio. Em 2010, o Tribunal de Apelação de Kyiv provou a natureza genocida dos acontecimentos de 1932-1933 e a intenção de Josef Stalin e seu governo ditatorial de destruir parte da nação ucraniana. “O termo genocídio foi cunhado pelo jurista Rafael Lemkin. Em 1953, ele se referiu aos fatos como ‘extermínio da nação ucraniana e de um exemplo clássico de genocídio’”, explica Sorotiuk.
Em 2009, a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou moção que reconhece o Holodomor como “genocídio do povo ucraniano”. Mais recentemente, em abril deste ano, o Senado Federal aprovou o projeto de lei, de autoria do senador Álvaro Dias (PR), que também reconhece o Holodomor como genocídio. O projeto estabeleceu o quarto sábado do mês de novembro como o dia de sua memória no Brasil. O livro foi traduzido por Emílio Gaudeda, professor e escritor. Formado em História e Letras pela Universidade Católica do Paraná (atual Pontifícia). Gaudeda é autor e tradutor de uma série de livros sobre a história da Ucrânia e da imigração. Foi professor de Língua Portuguesa, Literaturas de Língua Portuguesa, Redação Técnica, Científica e Oficial, em estabelecimentos de ensino de Curitiba e em curso pré-universitário. “Holomodor 1932-1933” é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomento e incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado de Comunicação e Cultura do governo do Paraná. Recebeu o patrocínio da Copel e da empresa AABA Produtos Médicos.
Serviços dos Lançamentos
Lançamento em Curitiba Data: 7 de novembro • Horário: 19 horas Local: Sociedade Ucraniana do Brasil (SUBRAS) Alameda Augusto Stellfeld, 795 – Centro – Curitiba – PR
Evento com conferência e debates
Conferencistas:
Volodymyr Serhiychyk, professor da Universidade Taras Shevchenko de Kyiv, Ucrânia;
Vitório Sorotiuk, presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB)
Organização:
Representação Central Ucraniano-Brasileira.
Apoio:
Sociedade Ucraniana do Brasil (SUBRAS)
Clube Poltava
Consulado da Ucrânia em Curitiba
Câmara de Indústria, Comércio
Inovação Brasil-Ucrânia
Metropolia Católica Ucraniana São João Batista
Eparquia Ortodoxa Ucraniana da América do Sul
Sociedade dos Amigos da Cultura Ucraniana (TPUK)
Faculdade São Basílio Magno (FASBAM).
– Liberação da Imprensa