Juiz rejeita tentativa de Trump de parar contagem na Filadélfia
Ação civil foi apresentada ao Tribunal Federal do estado
Um juiz federal negou um pedido de emergência feito pela equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para interromper a contagem dos votos na Filadélfia enquanto observadores republicanos não estivessem presentes.
A equipe de Trump acionou a Comissão Eleitoral do condado da Filadélfia no início do dia, pleiteando uma liminar de emergência.
A equipe disse que autoridades eleitorais estavam “se recusando intencionalmente a permitir quaisquer representantes e observadores eleitorais do presidente Trump e do Partido Republicano”. A ação civil foi apresentada ao Tribunal Federal da Filadélfia.
“Como dito durante a audiência da liminar de emergência de hoje [quinta-feira], à luz do acordo das partes, a moção do requerente é negada sem direito a apelação”, disse o juiz distrital Paul Diamond na decisão emitida na noite de quinta-feira (5).
Mais cedo no mesmo dia, um tribunal estadual de apelações determinou que mais observadores republicanos poderiam entrar no edifício da Filadélfia onde funcionários contavam votos.
O Serviço Postal dos EUA disse que cerca de 1.700 cédulas foram identificadas na Pensilvânia em instalações de processamento durante duas inspeções na noite de quinta-feira e que estão a caminho de serem entregues à autoridades eleitorais.
Trump disse diversas vezes, sem provas, que os votos enviados pelo correio estão sujeitos a fraude, mas especialistas em eleições dizem que fraudes são algo raro nas votações norte-americanas.
Biden tem pequena vantagem na Geórgia e se aproxima da Casa Branca
Joe Biden tem 253 votos contra 214 de Trump no Colégio Eleitoral
O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, passou a ter pequena vantagem sobre o presidente republicano Donald Trump no estado da Geórgia, pela primeira vez na manhã desta sexta-feira, colocando a Casa Branca ao seu alcance, enquanto outros estados indecisos mantêm a apuração.
Biden tem 253 votos contra 214 no Colégio Eleitoral que decide o vencedor da eleição, segundo a maioria das principais emissoras de TV. Se vencer a Geórgia e, consequentemente, conquistar os 16 votos do estado no Colégio Eleitoral, o ex-vice-presidente ficará a um voto de chegar aos 270 necessários para vencer a disputa.
Biden, de 77 anos, se tornará o próximo presidente se vencer na Pensilvânia, ou se vencer em dois estados do trio formado pela Geórgia, Nevada e Arizona. O caminho mais provável para a vitória de Trump parece cada vez mais estreito – ele precisa vencer na Pensilvânia e na Geórgia e também ultrapassar Biden em Nevada ou Arizona.
Biden tem uma vantagem de 917 votos na Geórgia, onde a apuração prossegue na manhã de hoje.
A mudança na liderança na Geórgia veio horas depois de Trump aparecer na Casa Branca para alegar de maneira falsa que a eleição está sendo “roubada” dele.
A vantagem de Trump na Geórgia vinha caindo constantemente. O estado, localizado no Sul, não vota em um democrata para presidente desde 1992.
No final dessa quinta-feira (5), o secretário de Estado da Geórgia afirmou que haviam 14 mil cédulas a serem apuradas.
O estado ainda terá de analisar os votos enviados por membros das Forças Armadas e por moradores do exterior, assim como votos provisórios depositados no dia da eleição, na terça-feira (3), por eleitores que tiveram problemas com seu registro ou identificação.
Biden também vem reduzindo de forma constante a vantagem de Trump na Pensilvânia. Sua desvantagem caiu para pouco além de 18 mil votos no início desta sexta, e deve continuar a cair, já que votos de regiões tradicionalmente democratas ainda precisam ser contados.
Ele também mantêm lideranças estreitas no Arizona e em Nevada. No Arizona, sua vantagem caiu para cerca de 47 mil votos hoje. Em Nevada, ele liderava por cerca de 11.500 votos.
Enquanto o país prendia a respiração aguardando um resultado da eleição presidencial, autoridades da Geórgia e da Pensilvânia expressaram otimismo de que encerrarão a apuração nesta sexta, enquanto Arizona e Nevada ainda devem levar dias para concluir as suas.
Trump, de 74 anos, buscou retratar como fraudulenta a lenta apuração dos votos enviados pelos correios, que dispararam em popularidade devido aos temores de exposição ao novo coronavírus por meio da votação presencial. Conforme a apuração desse tipo de voto avançou, fortes lideranças iniciais de Trump em estados como Geórgia e Pensilvânia se esvaíram.
Historicamente, os estados demoram para apurar todos os votos após o dia da eleição.
Trump disparou uma série de tuítes nas primeiras horas desta sexta, reiterando as alegações infundadas que fez na véspera, na Casa Branca, em seu extraordinário ataque ao processo democrático norte-americano.
“Eu facilmente VENCI a Presidência dos Estados Unidos com os VOTOS LEGAIS DEPOSITADOS”, escreveu ele no Twitter, sem oferecer qualquer evidência de que votos ilegais tenham sido depositados.
O Twitter rotulou a publicação como possivelmente enganosa, algo que tem feito com inúmeros tuítes de Trump desde o dia da eleição. Agência Brasil