Inadimplência das empresas segue em alta e cresce 3,50% em julho, aponta indicador da CNDL/SPC Brasil
Sudeste continua puxando alta de atrasos, com avanço de 5,46%. Sete em cada dez empresas devem para setor de serviços, como bancos e financeiras
O número de empresas com contas em atraso continua crescendo no país, embora de forma mais moderada em relação aos anos anteriores. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontam que a quantidade de pessoas jurídicas negativadas apresentou alta 3,50% no último mês de julho frente igual período do ano passado. Já na comparação com o mês anterior, sem ajuste sazonal, houve um recuo de 0,45%.
O Sudeste segue puxando o crescimento da inadimplência entre as empresas, ao registrar um avanço de 5,46% ante julho de 2018, o que representa a variação mais elevada entre as regiões pesquisadas. Em seguida aparecem, respectivamente, as regiões Sul, que registrou alta de 3,91% na mesma base de comparação, Centro-oeste (0,99%), Norte (0,70%) e Nordeste (0,37%).
Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar Costa, o crescimento econômico ainda em ritmo abaixo do esperado continua impactado a capacidade de pagamento das empresas. “Os setores vão se recuperando muito lentamente e a indústria vem trabalhando com níveis elevados de capacidade ociosa, o que contribui para que as empresas enfrentem dificuldades em honrar seus compromissos”, explica Costa.
70% das pendências são devidas ao setor de serviços, que engloba bancos e financeiras
Outro indicador também mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Em julho, também houve um crescimento de 0,64% frente ao mesmo período do ano passado. A maior fatia do total de pendências (70%) é devida ao setor de serviços, que engloba bancos e financeiras. O comércio responde por 17% dos setores credores, enquanto a indústria por 12%.
Entre os segmentos devedores, as altas mais expressivas de empresas negativadas ficaram com os ramos de serviço, que apresentou avanço de 5,99% na comparação anual. O comércio, por sua vez, teve alta de 1,46% na quantidade de atrasos, enquanto a indústria cresceu 1,11%. Em todos os casos, houve aceleração do crescimento do número de empresas negativadas.
“De fato, ainda se observa um crescimento da inadimplência entre as empresas, que reflete um cenário econômico abaixo do esperado. Mas também é fato que a inadimplência já não cresce às mesmas taxas que vimos no auge da crise. Para os próximos meses, tudo vai depender da evolução do crédito e da atividade econômica”, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior.
Metodologia
O Indicador de Inadimplência das Empresas sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.
SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.
CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.
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