Estudo da Serasa revela ambiente de crédito em estado de atenção
Pandemia trouxe o segundo pior cenário dos últimos dez anos para tomada e concessão de crédito no país. Levantamento especial considera um conjunto de variáveis para classificar a configuração do mercado de crédito em três níveis |
A Serasa Experian lança o Semáforo do Crédito, um estudo inédito que avalia a situação do ambiente de crédito ao consumidor no Brasil, considerando um conjunto amplo de variáveis econômicas. Em novembro deste ano, o levantamento registrou 86,5 pontos, recuando em relação a outubro, porém mantendo a média móvel dos últimos 3 meses no nível de “estado de atenção” (92,6 pontos). A pandemia, iniciada em março deste ano, levou o ambiente de crédito a seu segundo pior momento dos últimos dez anos, quando o índice atingiu em maio 39,5 pontos.“O Semáforo do Crédito funciona como uma bússola, dando uma direção da atual situação do ambiente de crédito no Brasil. Ainda não é possível afirmar que novembro sinaliza uma pausa na recuperação ou o início de uma fase desfavorável no mercado de crédito. Incertezas em relação aos desdobramentos da crise, incluindo possibilidade de novas ondas de contaminação e eficiência de uma futura vacina, podem ter gerado um sinal de alerta entre os agentes econômicos. Os próximos meses serão cruciais para definir a extensão da recuperação e o cenário do crédito para pessoa física em 2021”, afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), o Semáforo foi decomposto em quatro grupos que ressaltam aspectos distintos do mercado de crédito: Volume de Crédito, Confiança, Condições de Crédito e Renda. Assim, segue três configurações: vermelho se abaixo de 90 pontos, indicando um cenário desfavorável; amarelo se entre 90 e 110 pontos, denotando estado de atenção; verde se acima de 110 pontos, denotando um cenário favorável. Na pontuação mais alta, o índice sinaliza o aumento da procura por crédito, condições econômico-financeiras mais favoráveis, crescimento do volume de financiamento para pessoa física no país com relativa estabilidade ou até mesmo queda dos níveis de inadimplência.Com base histórica desde outubro de 2010, o estudo mostra que o menor nível alcançado durante a pandemia (39,5 pontos em maio/20) é bastante similar a outubro de 2015, quando foi registrado o pior nível do índice (36,9 pontos), resultado da crise política e recessão econômica enfrentada pelo país, que se estendeu até 2016. Já dezembro de 2017 registrou o auge de um ambiente de crédito favorável, com 137,2 pontos, que veio se mantendo até o início da pandemia de Covid-19.O ano de 2014 foi escolhido como período de referência do estudo por ser um período em que o mercado de crédito ao consumidor operava num ambiente de expansão moderada de seus volumes com relativa estabilidade dos níveis de inadimplência. A média em 2014 foi normalizada em 100 e o desvio-padrão em 10. Todos os outros períodos receberam uma pontuação em relação a essa base de comparação.Decomposição do estudoO estudo foi construído com base em quatro grupos que ressaltam aspectos distintos do mercado de crédito: Volume de Crédito, Confiança, Condições de Crédito e Renda.O Volume de Crédito é composto por dados de concessão do mercado, consultas ao cadastro negativo e informações do cadastro positivo da Serasa Experian. O grupo Confiança é resultado de uma combinação de diversos índices da Sondagem do Consumidor e índices de confiança empresariais de setores da economia elaborados pelo FGV IBRE. Já o grupo Condições de Crédito considera taxas de inadimplência, taxas de juros e comprometimento de renda. Por fim, o grupo referente à Renda agrega informações de ocupação e massa salarial da população.Dentre esses, o Volume de Crédito contribui com o maior peso do indicador, seguido pelos grupos Confiança e Condições de Crédito, que têm historicamente participações semelhantes no levantamento. O grupo da Renda tem o menor peso e demonstra uma maior resiliência nos momentos de recessão, ou seja, as séries desse grupo são menos impactadas pelas crises que as demais. Por outro lado, as séries do grupo de Confiança respondem mais forte às crises, períodos em que as sondagens registram um aumento do pessimismo e incerteza na economia.Veja abaixo o gráfico com a decomposição do estudo:
Metodologia
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