POLÍTICA

Em 2019, área queimada na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal soma 113.743 km2

 
É de 113.743 km2 a soma das áreas queimadas nos biomas da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal para o período de 1 de janeiro até 31 de agosto, segundo cálculo da equipe de Ciências do WWF-Brasil com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Essa área corresponde a dois estados da Paraíba.

O número representa um aumento de 87% em comparação com o mesmo período de 2018. Naquele ano, foram 60.614 km2. Se a análise abarcar a média da área queimada nos últimos três anos, o crescimento é de 29%.

Desta área, o bioma mais atingido é o Cerrado, com um acumulado de 63.698 km2 em 2019. Amazônia é o segundo mais atingido com 43.573 km2 e Pantanal fica em terceiro com 6.472 km2.

Se somadas as áreas da Caatinga, da Mata Atlântica e dos Pampas, o número sobe para 131.327 km2.

Queimada e desmatamento
O número de focos de queimadas nos três biomas segue tendência de alta se considerado o acumulado entre janeiro e 24 de setembro. A Amazônia lidera a lista com 64.613 focos, seguida pelo Cerrado com 49.318 e pelo Pantanal com 5.890. Nos três casos houve aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. Foi no Pantanal o maior percentual de aumento: 338% — foram 1.344 focos entre 1 de janeiro e 24 de setembro de 2018.

Quando comparado à média de número de queimadas dos últimos dez anos, aumentos importantes foram observados para o Pantanal (90%) e Amazônia (29%).

Até 12 de setembro, a área total de alertas de desmatamento na Amazônia brasileira é de 7.129 km2 –um aumento significativo se comparado com a média dos últimos dez anos, 148%.

Quando a área sob alertas de desmatamento em 2019 é comparada a 2018, observamos mais de 90% de aumento em junho, 278% em julho e 223% em agosto. Nos primeiros doze dias de setembro, o desmatamento já atingiu uma área de 721 km2, valor 97% superior ao mesmo período de 2018.

A área de alertas de desmatamento (Deter/INPE) dentro de áreas protegidas (UCs) e terras indígenas (TIs) entre janeiro e agosto de 2019 cresceu 134% em comparação a 2018 e mais de 320% em 2017. A proporção de área com alertas de desmatamento nas UCs e TIs em relação ao desmatamento na Amazônia como um todo também indicam uma tendência de alta nos últimos três anos avaliados: 11% em 2017, 13% em 2018 e 17% em 2019.

Na Amazônia, 31% dos focos de queimadas registrados até agosto deste ano localizavam-se em áreas que eram floresta até julho de 2018, segundo análise feita pela equipe do WWF-Brasil.

Esse resultado revela que aproximadamente um em cada três focos de queimadas registrados em 2019 não tiveram relação com a limpeza de pastagens, mas sim com queimadas que sucederam o corte de áreas de floresta, no ciclo tradicional de corte e queima. Historicamente, na Amazônia, o uso do fogo é um dos estágios finais do desmatamento após o corte raso da floresta.

WWF

 

 

Redação

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