ECONOMIA

Confiança dos consumidores sobe 2,5 pontos em março de 2023

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 2,5 pontos em março, para 87,0 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice ainda se mantém em queda pelo quarto mês consecutivo ao recuar 0,3 ponto, para 85,8 pontos.

“Após dois meses em queda, a confiança dos consumidores sobe em março influenciada por uma melhora da percepção da situação atual e das expectativas para os próximos meses. Contudo, apesar do resultado positivo, os movimentos são bastante heterogêneos e talvez contraditórios entre faixas de renda, o que ainda dificulta a sinalização de uma tendência mais clara para os próximos meses. O cenário econômico se mantém com taxas de juros elevadas, resiliência da incerteza e desaceleração do mercado de trabalho com redução da atividade. Sem alterações significativas, é possível continuar patinando em torno de um mesmo patamar de confiança nos próximos meses”, afirma Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens.

Em março, a alta da confiança foi influenciada tanto pela melhora das avaliações sobre o momento quanto das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) avançou 2,7 pontos, para 72,0 pontos, o melhor resultado desde outubro de 2022 (74,5 pontos) enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,2 pontos, para 98,0 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ICC, o indicador que mede intenção de compras de bens duráveis foi o que mais influenciou a alta do índice apesar da diminuição do otimismo em relação as finanças familiares nos próximos meses. O indicador que mede o ímpeto de consumo subiu 7,9 pontos para 84,8 pontos, maior desde novembro de 2022 (85,5 pontos), enquanto o que mede as perspectivas sobre a situação financeira futura recuou 2,4 pontos para 96,6 pontos, menor resultado desde novembro de 2022 (92,5 pontos). Em relação à situação econômica, o indicador ficou relativamente estável ao variar 0,6 ponto para 112,8 pontos.
Na avaliação sobre o momento, a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias subiu 5,3 pontos, para 64,1, pontos, devolvendo a queda no mês anterior. Em contrapartida, a avaliação sobre a situação econômica atual se mantém estável, com a variação de 0,1 ponto, para 80,4 pontos.
A análise por faixa de rendas mostra resultados heterogêneos entre os níveis de renda. O resultado favorável de março foi influenciado pela melhora da confiança dos consumidores com renda familiar abaixo de R$ 2.100,00 e entre R$ 4,800,01 e R$ 9,600,00, cujo indicador subiu 4,0 e 3,1 pontos, respectivamente. Há uma percepção de melhora da situação financeira das famílias de menor poder aquisitivo, mas que partem de um patamar extremamente baixo em termos históricos.
As famílias com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800 mantiveram relativa estabilidade na confiança, enquanto para os consumidores com maior poder aquisitivo (acima de R$ 9.600) o ICC caiu 0,8 ponto influenciada pela piora das expectativas. Apesar da alta todas as faixas de renda permanecem abaixo do nível de 90 pontos.

– Portal FGV

Redação

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