Brasil, o aliado da COP27
Um dos momentos mais aguardados durante a realização da COP27, no Egito, foi o discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Embora não esteja oficialmente no cargo presidencial, o futuro presidente teve uma agenda repleta e foi muito esperado.
Segundo o cientista político e professor de sociologia da ESPM, Paulo Niccoli Ramirez, “o interesse pelas falas do próximo presidente do Brasil deve-se essencialmente a dois fatores: a relevância do país no cenário externo em relação à preservação do meio ambiente, redução da pobreza e potencial econômico das florestas em termos de biodiversidade. O segundo fator gira em torno do atual presidente Bolsonaro ter sido um excluído da comunidade internacional no que diz respeito a estes quesitos”.
Ramirez ressalta que o Brasil isolou-se nos últimos quatro anos, seja pela falta de investimentos para a redução da pobreza, o descaso diante do meio ambiente com recordes de queimadas e desmatamento, além da ausência de investimentos na exploração sustentável da biodiversidade. Segundo ele, Lula tem resistido às pressões do mercado brasileiro, que tentam impor uma agenda de austeridade sobretudo em função do teto de gastos. “O futuro governo vê a necessidade junto com a questão da proteção ambiental e a redução da miséria, da desigualdade por meio de benefícios distribuídos à população carente. O futuro presidente dá um foco no cumprimento de parte de sua agenda de campanha, com a manutenção de benefícios sociais e a intenção de reduzir a desigualdade social”, conclui.
– Liberação da imprensa- ESPM