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AEB anuncia previsão para a balança comercial em 2020

A expectativa para 2020 é de que as exportações atinjam a marca de US$ 217,341 bilhões, queda de 3,2% em relação ao montante de US$224,447 bilhões previstos para 2019. Já as importações devem atingir US$ 191,211 bilhões, aumento de 6,6% em relação aos US$179,248 bilhões estimados para este ano. Os números foram divulgados pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no levantamento que indica a previsão da entidade para a balança comercial brasileira. O superávit será de US$ 26,130 bilhões, queda de 42,2% em relação aos US$ 45,199 bilhões esperados para este ano.
“A queda projetada de 3,2% nas exportações e aumento de 6,6% nas importações provocarão contribuição negativa do comércio exterior no cálculo do PIB de 2020”, avalia o presidente da AEB, José Augusto de Castro,
O estudo indica um ligeiro aumento, de 1,2%, na corrente de comércio para 2020, quando deve atingir US$ 408,5 bilhões, sobre a estimativa de US$ 403,7 bilhões para 2019, graças à expansão de 6,6% das importações.
Castro destaca também que, a exemplo do que vem ocorrendo desde 2014, em 2020 as exportações de produtos manufaturados devem sofrer queda de 4,5%, devido a falta de competitividade do Brasil e a crise que eclodiu em 2018 na Argentina.
Custo Brasil
As previsões da AEB para as exportações se basearam num cenário que indicam taxa cambial oscilando entre o piso de R$ 3,80 e o teto de R$ 4,25, influenciado pelo quadro político-econômico brasileiro e por fatores externos, muitas vezes originários de declarações do presidente Trump. “Independentemente do nível da taxa cambial, a insegurança quanto à competitividade das exportações de manufaturados continuará presente, com a América do Sul, mesmo considerando a crise Argentina, sendo o principal mercado dos produtos brasileiros, embora em escala menor. Devido à baixa competitividade dos produtos brasileiros, decorrentes do “Custo-Brasil”, os demais mercados internacionais permanecem como objetivos, mas difíceis de serem alcançados”, salienta Castro.
Já para a importação, a previsão de crescimento em 2020 do PIB brasileiro entre 2,5 e 3% reduzirá o nível de desemprego, aumentará o consumo das famílias e do governo, ampliará a demanda interna e deverá acelerar as importações, com natural redução do superávit na balança comercial.
“Os indícios, que sinalizavam a desaceleração do mundo econômico, parece que estão se dissipando, reduzindo seu eventual impacto negativo direto sobre 65% das exportações do Brasil representadas pelas commodities, e indiretamente sobre os manufaturados”, afirma o presidente da entidade, José Augusto de Castro.
Entre os pontos que indicam a redução dos impactos negativos sobre o comércio exterior brasileiro Castro aponta o fim das elevações das taxas de juros dos EUA, que tem mantido os custos financeiros sob controle; a estabilidade do PIB da China, com viés de lenta acomodação no seu ritmo de crescimento, sinalizando fadiga econômico-financeira de suas províncias, assim como da guerra comercial com os EUA.
No entanto, de acordo com Castro, ainda há questões que podem impactar o setor, como: problemas econômicos na Itália, políticos na Alemanha e Brexit no Reino Unido, com este último começando a encontrar seu rumo, sinalizando possível nova era de crescimento econômico, mas ainda sem provocar impacto nas cotações das commodities; os problemas fiscais e cambiais na Argentina, que provocam elevada taxa cambial, alto desemprego, baixo consumo e forte queda das atividades econômicas, acarretando redução nas importações, indispensáveis para gerar superávits comerciais e obter divisas; e a queda nas exportações das commodities de países da América do Sul, o que deve gerar redução de suas importações de manufaturados do Brasil.
Impacto das reformas
O documento conclui que o Brasil está passando por transformações que deverão ter impacto no Custo-Brasil e reflexos positivos nas exportações de produtos manufaturados. Neste sentido Castro aponta a aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária; a negociação da reforma tributária e indicação da reforma administrativa; concessões e privatizações em infraestrutura dos segmentos de logística; a implementação do Acordo de Facilitação do Comércio; desenvolvimento da área de importação do Portal Único de Comércio Exterior; a sinalizada redução do preço do gás, importante fator de custo industrial; e negociação de acordos comerciais com países ou blocos de maiores pesos político, econômico e comercial. “Este conjunto de fatores poderá gerar mais produtividade e, por consequência maior competitividade, viabilizando a abertura e/ ou conquista de novos mercados externos e tendo como consequência a geração de mais atividades econômicas e novos empregos”, frisa Castro.
“Tendo como base este conjunto de fatores, que começarão a apresentar resultados no ano de 2021, estamos projetando que este será o ano da virada do comércio exterior brasileiro, principalmente para as exportações de produtos manufaturados, independente do cenário econômico mundial e do nível da taxa cambial”, afirma o presidente da AEB.

CNC

 

Redação

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