ECONOMIA

A importância do agente de mudança nas famílias empresárias

É comum em um núcleo de uma Empresa Familiar a percepção – senão de todos, de pelo menos de alguns de seus integrantes – de que o modelo de gestão da Empresa, Patrimônio e Relações de Parentesco sofre desgaste contínuo e é um problema anunciado. E na grande maioria dos casos parece mais fácil jogar a sujeira debaixo do tapete, dourar a pílula e fazer de conta que está tudo sob controle e de que nada acontecerá ou está acontecendo.
No entanto, também não é incomum que alguém deste Núcleo Familiar esteja incomodado e vislumbre a turbulência que pode estar próxima.
Pois bem: Este alguém é o que chamamos do “Agente de Mudança”, ou seja, aquele integrante que “chama para si” a responsabilidade da transformação da Empresa Familiar para Família Empresária. Evidentemente, não é uma tarefa fácil. Afinal, a sua provocação – e iniciativa – impactará em muitas zonas de conforto, emoções represadas e verdades afloradas.
Dele deve ser a iniciativa em sensibilizar os demais, incutindo-lhes de que a solução antecipada é possível e imprescindível e que nenhum de seus integrantes sofrerá a perda do pertencimento no novo modelo. É dele também a atitude em buscar soluções técnicas no sentido de fazer valer o entendimento de que Família, Patrimônio e Empresa são ativos de igual relevância para o Núcleo Familiar e agir no sentido de provocar fatos visando a perenidade das Relações de Parentesco, da Manutenção do Patrimônio e da Continuidade da Empresa.
A História da Humanidade registra um sem número de visionários e líderes que foram agentes de mudanças. No entanto, um em especial é emblemático: o líder Moisés, que saiu de sua zona de conforto, depurou a conduta de seus liderados, e sabiamente iluminado, ordenou o caos.
É sabido que esta árdua tarefa levou quarenta anos, mas acabou sendo bem-sucedida. Atualmente, quarenta anos poderão ser quarenta minutos, quarenta dias… o tempo que se
fizer necessário para cada caso. Recentes registros de Famílias Empresárias atestam que este agente pode ser o Fundador da Empresa, um Sucessor, um Herdeiro ou até mesmo um elemento estranho sensibilizador e de confiança dos integrantes do Núcleo Familiar como o condutor deste processo.
Assim, soluções técnicas – que são a ponta do iceberg, como as tábuas da lei de Moisés – são precedidas de muita atitude, sensibilização, condução, negociação, convicção, horizonte claro e acima de tudo, liderança. Que o digam Miguel Krigsner do Boticário, Giovani Agmelli da Fiat, Luiz Pagliato da Minercal, entre tantos outros que percorreram um longo caminho até chegarem às Políticas de Sucessão e Governança claras e definidas para suas Famílias, Patrimônio e Empresas.
Com certeza valeu a pena.

– Manoel Knopfholz

Redação

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