ECONOMIA

No final de ano o transporte rodoviário é essencial para milhões de brasileiros

Com a chegada de dezembro e o início das férias escolares, o movimento nos terminais rodoviários do País tem um grande crescimento. Entre viagens para o litoral, destinos turísticos tradicionais e reencontros familiares, os ônibus mantém a sua participação como o principal meio de transporte utilizado pelos brasileiros. Mas o presidente da FEPASC (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina),  Felipe Busnardo Gulin, alerta sobre os riscos da clandestinidade e da concorrência desleal no Brasil. E acrescenta:  “a tolerância com estas operações irregulares criam riscos para a segurança dos passageiros. Veículos sem autorização não passam por inspeções mecânicas, e não tem seguro obrigatório para os usuários, entre outros problemas”. 

Além destas questões, o dirigente cita os horário dos motoristas das linhas irregulares, que não tem controle de tempo na direção para os condutores em  jornadas longas e arriscadas. Diante desta realidade, a reivindicação do setor é por fiscalizações intensas nas estradas, punições a operadores ilegais e regras claras para as novas plataformas, que vendem viagens sem autorização. Para o segmento das empresas regularizadas, combater a clandestinidade deveria ser parte essencial da política de segurança viária no Brasil. Segundo a Fepasc, é o transporte rodoviário regularizado que integra a maior parte das cidades, principalmente aquelas de pequeno e médio porte, que não tem aeroportos. Em resumo, são os ônibus de empresas regularizadas que levam acesso até as regiões onde o avião não chega. 

A conclusão do documento do encontro nacional da Fepasc foi centralizado nos riscos das estradas, criados pela falta de fiscalização:  O Brasil tem 5.570 municípios, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas tem apenas 120 aeroportos com voos regulares. Assim, na prática, a grande rede nacional de transportes é garantida pelos ônibus regularizados, que conectam diariamente as cidades do interior às capitais. E assim permitem que as famílias se reencontrem no Natal e Ano-Novo. E também possibilitam que os turistas alcancem as praias e centros urbanos, sem dependerem de transporte aéreo. Essa capilaridade, aponta o documento da Fepasc, é o principal diferencial do setor: “Enquanto o avião cobre rotas de grande demanda, o ônibus atende desde trechos curtos, até as longas travessias interestaduais — sendo muitas vezes o único modal disponível para estas localidades”.

 

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Setor essencial para o Brasil

A necessidade de valorizar o setor de transporte de passageiros esteve no centro dos debates do recente “Sétimo Encontro Nacional do Setor de Transporte de Passageiros” realizado em Curitiba, reunindo 320 empresários nacionais, em uma promoção anual da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc) . As lideranças empresariais participantes reforçaram que o transporte rodoviário ainda é o principal meio de deslocamento entre as cidades no Brasil, especialmente onde não há aeroportos ou ferrovias. E por isso houve a defesa de uma política pública sólida para o setor, que beneficie não apenas as empresas, mas milhões de brasileiros que dependem do ônibus para estudar, trabalhar, viajar e acessar serviços de saúde. O documento de conclusão do encontro destacou ainda a importância da regularização: “Somente com regras atualizadas, incentivos adequados e infraestrutura, o transporte rodoviário de passageiros pode oferecer viagens mais seguras, confortáveis e acessíveis, integrando o Brasil”.

Apesar de sua importância social e econômica, o setor ainda enfrenta desafios históricos, como a necessidade de novos modelos de financiamento que permitam a renovação mais rápida das frotas. Através da Fepasc, as empresas e entidades defendem que os recentes avanços em segurança eletrônica, conectividade e conforto, só poderão alcançar toda a malha nacional se realmente houver uma política pública estável, crédito acessível para compra de ônibus novos e regras equilibradas de concorrência. A expectativa das entidades é que, nos próximos anos, a incorporação de ônibus elétricos e de tecnologias de assistência ao motorista, criem um impulso adicional ao setor — tanto pela redução de emissões quanto pela melhora da segurança nas estradas.

O documento final do encontro, destaca também que o setor de transporte rodoviário de passageiros é considerado um dos mais democráticos do País. E isto porque as tarifas costumam ser inferiores as das passagens do transporte aéreo, oferecendo alternativa viável para trabalhadores, estudantes, famílias e turistas, que não têm acesso ao avião. Para muitas regiões, especialmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o deslocamento por ônibus não é apenas uma opção — é o único meio possível para chegar a hospitais regionais, universidades, concursos públicos, empregos sazonais e encontros familiares. Mesmo em estados com forte malha aérea, como São Paulo e Rio de Janeiro, as estatísticas mostram que o ônibus continua sendo o modal mais utilizado para viagens intermunicipais, em especial para trechos de curta e média distância, área em que oferece maior frequência de horários, preço menor e embarque mais simples.

Redação

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