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Descarte de resíduos sólidos aumenta a contaminação nos oceanos

Grandes quantidades de resíduos podem estar escondidas no fundo dos oceanos ou fragmentadas em pedaços tão pequenos que não são captados pelas análises convencionais.

 

Estima-se que 80% dos resíduos nos oceanos sejam oriundos de atividades realizadas em terra, como agricultura, turismo e até ocupações ilegais de moradia. 

No momento em que a conservação de áreas marinhas no Brasil ganha destaque, o debate sobre o assunto se faz cada vez mais necessário. Na década de 1960 já começaram a falar sobre resíduos sólidos e qual seria o impacto destes resíduos descartados de forma equivocada na sociedade. Hoje, precisamos de ações de conscientização sobre como educar a sociedade para os resíduos que produz diariamente.

Durante a 46ª edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, foi apresentado um estudo sobre o impacto do lixo à vida marinha. De acordo com o documento, até 2050 os oceanos abrigarão mais detritos plásticos do que peixes. Outra pesquisa, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, indica também que até lá 99% das aves marinhas terão pedaços de plástico no organismo. Hoje, de acordo com os pesquisadores, 90% já são vítimas dessa poluição ao meio ambiente.

“A sociedade precisa assumir a responsabilidade pela contaminação dos mares devido ao destino inadequado dos resíduos plásticos. Estima-se que 80% dos resíduos nos oceanos sejam oriundos de atividades realizadas em terra, como agricultura, turismo e até ocupações ilegais de moradia. Os outros 20% dos resíduos são gerados no mar em atividades realizadas lá, como pesca e atividades náuticas”, relata Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News ( www.revistaecotour.news).

O Brasil é um dos países que mais gera lixo plástico em todo o mundo, segundo dados da organização ambiental WWF Internacional. A falta de sistemas de tratamento de lixo alimenta a entrada de plástico no oceano. As vinte nações que despejam as maiores quantidades seriam responsáveis por 83% do plástico mal gerenciado que entram nos oceanos. A China ocupa o topo da lista, produzindo mais de um milhão de toneladas. Os Estados Unidos ficaram no 20º lugar da lista. O país tem uma grande área costeira, porém adota melhores práticas de descarte do lixo. Por outro lado, os EUA registram altos níveis de consumo de plástico per capita. A União Europeia é analisada em bloco e ocupa o 18º lugar na lista. As nações ricas precisam reduzir seu consumo de produtos descartáveis e embalagens de plástico, como sacolas e canudos. Já os países em desenvolvimento têm que melhorar o tratamento do lixo.

“Grandes quantidades de resíduos podem estar escondidas no fundo dos oceanos ou fragmentadas em pedaços tão pequenos que não são captados pelas análises convencionais. Essas partículas estão sendo ingeridas por criaturas marinhas, o que pode resultar em consequências desconhecidas”, enfatiza Vininha E. Carvalho..

O Brasil ganhou destaque recentemente sobre a conservação de áreas marinhas com a criação pelo Governo Federal, em 2018, de dois conjuntos de unidades de conservação marinhas (UCs) – nos arquipélagos Trindade e Martim Vaz (ES) e São Pedro e São Paulo (PE), que são os pontos mais remotos do território nacional. Juntas, as quatro UCs somam 92 milhões de hectares (maior que a dos estados Goiás e Minas Gerais juntos) e aumentam o índice de área marinha brasileiras protegidas de 1,5% a 25%. No entanto, há muito que fazer ainda nos ecossistemas marinhos e costeiros brasileiros, de acordo com especialistas.

Confira na tabela abaixo os principais vilões do mar e o tempo de decomposição de cada um deles:

– Papel: de 3 a 6 meses

– Tecido: de seis meses a um ano

– Filtro de cigarro: mais de cinco anos

– Madeira pintada: mais de 13 anos

– Nylon (linha de pesca, por exemplo): mais de 20 anos.

– Alumínio (lata de refrigerante, por exemplo): mais de 200 anos.

– Plástico (garrafas pet, por exemplo): mais de 400 anos.

– Vidro (vasilhames, por exemplo): mais de 1000 anos.

– Borracha (pneus, por exemplo): tempo indeterminado.

Website: https://www.revistaecotour.news

 

 

Redação

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