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74 anos após bomba atômica de Hiroshima, ONU destaca “piora do ambiente internacional”

Mensagem do secretário-geral alerta para aumento das tensões entre Estados com armas nucleares; existem cerca de 14 mil ogivas nucleares no mundo; organização alerta que há muito trabalho a ser feito para remover o perigo das armas nucleares.
As Nações Unidas participaram esta terça-feira na Cerimônia Anual de Paz de Hiroshima, que marca os 74 anos após o lançamento da bomba atômica de urânio na cidade japonesa no final da Segunda Guerra Mundial.
O bombardeio ficou registrado na história por ter sido a primeira vez em que foi usada uma arma nuclear. Em 9 de agosto, ocorreu o lançamento da bomba de plutônio em Nagasaki.
Esforço
O secretário-geral enviou uma mensagem à cerimônia, destacando que “a reação aos eventos cataclísmicos de 6 de agosto de 1945 foi também o começo de um esforço global para garantir que as armas nucleares nunca fossem usadas novamente”.
António Guterres homenageou às vítimas do bombardeio atômico em Hiroshima, especificando aqueles que morreram na explosão inicial e muitos outros “cujas vidas foram arrasadas pelos efeitos persistentes de longo prazo” destes artefatos.
O chefe da ONU agradeceu aos povos de Hiroshima e Nagasaki liderados pelos hibakushas, como são conhecidos os sobreviventes dos bombardeios. Guterres destacou ainda a “coragem e a liderança moral” deles, para “lembrar tudo sobre o custo humano da guerra nuclear”.
O representante alertou que o mundo está “tristemente testemunhando uma piora no ambiente de segurança internacional”. A mensagem menciona o aumento das tensões entre os Estados com armas nucleares e destaca que “as instituições de desarmamento e controle de armas, que tornaram o mundo um lugar mais seguro durante décadas, estão sendo questionadas”.
Garantia
Para Guterres, deve ser recordado que os hibakushas viajaram o mundo para espalhar a mensagem central de que “a única garantia contra o uso de armas nucleares é a total eliminação de armas nucleares”.
As instituições de desarmamento e controle de armas, que tornaram o mundo um lugar mais seguro durante décadas, estão sendo questionadas
Guterres renovou o apelo aos líderes mundiais para que intensifiquem esforços em prol do desarmamento nuclear, lembrando que esse foi o tema da primeira resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1946.
A ONU revelou que existem cerca de 14 mil ogivas nucleares no mundo, e para Guterres há “muitas ainda em alerta de gatilho”. O chefe da ONU sublinha que há muito trabalho a ser feito para diminuir e, finalmente, remover esse perigo.
O secretário-geral terminou a mensagem destacando sua inspiração pelo espírito resiliente do povo de Hiroshima em trabalhar com os hibakusha e todos os outros para realizar nosso objetivo comum de ter um mundo livre de armas nucleares.

 

ONU

 

 

Redação

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