GERAL

1,4 milhão de pessoas sem água corrente no leste da Ucrânia

 

Mais de seis semanas de conflito na Ucrânia devastaram as redes de água e eletricidade, deixando 1,4 milhão de pessoas sem acesso à água encanada no leste da Ucrânia e outros 4,6 milhões de pessoas em todo o país em risco de perder o abastecimento de água.
Pelo menos 20 incidentes separados de danos à infraestrutura de água foram registrados apenas no leste da Ucrânia.
A intensificação dos combates no leste e o uso generalizado de armas explosivas em áreas povoadas ameaçam dizimar ainda mais o sistema de água, que agora corre o risco de colapso total, após 8 anos de conflito de baixo grau em uma rede já em dificuldades.

 

 

Em 22 de março de 2022, no porão do Hospital Clínico Infantil Regional de Lviv, na Ucrânia, suprimentos básicos são armazenados para proteção contra o bombardeio.
Legenda: Em 22 de março de 2022, no porão do Hospital Clínico Infantil Regional de Lviv, na Ucrânia, suprimentos básicos são armazenados para proteção contra o bombardeio.
Foto: © Moskaliuk/UNICEF
Mais de seis semanas de conflito na Ucrânia devastaram as redes de água e eletricidade, deixando 1,4 milhão de pessoas sem acesso à água encanada no leste da Ucrânia e outros 4,6 milhões de pessoas em todo o país em risco de perder o abastecimento de água.
Pelo menos 20 incidentes separados de danos à infraestrutura de água foram registrados apenas no leste da Ucrânia. A intensificação dos combates no leste e o uso generalizado de armas explosivas em áreas povoadas ameaçam dizimar ainda mais o sistema de água, que agora corre o risco de colapso total, após 8 anos de conflito de baixo grau em uma rede já em dificuldades.
“A água é essencial para a vida e um direito de todos”, disse a coordenadora residente da ONU na Ucrânia, Osnat Lubrani. “Os riscos para a saúde, principalmente para crianças e idosos, causados pelas interrupções no fornecimento de água são graves, pois as pessoas são forçadas a usar fontes de água suja, resultando em diarreia e outras doenças infecciosas mortais”, acrescentou.
Os cortes de energia pararam as bombas de água e os danos causados por explosões nas tubulações estão interrompendo o fluxo de água.
Em Mariupol, milhares de pessoas estão usando fontes sujas em busca de qualquer água que possam encontrar. As principais cidades das regiões de Donetsk e Luhansk também estão sem abastecimento de água e outras 340 mil pessoas ficarão sem abastecimento de água se um reservatório, em Horlivka, secar.
As cidades de Sumy e Chernihiv sofreram graves interrupções no fornecimento de água no início de março e o sistema de Kharkiv também foi seriamente afetado. Restaurar o acesso à água e fornecer suprimentos de emergência para essas cidades e outras áreas de intenso combate é urgente.
Desde o início do conflito, o Grupo de Água, Saneamento e Higiene confirmou que quatro técnicos de água foram feridos em Chernihiv e um em Kharkiv, somando-se a pelo menos 35 engenheiros de água que foram mortos ou feridos nas regiões de Donetsk e Luhansk desde 2014.
Há um ano, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade a Resolução 2573, lembrando as obrigações do Direito Internacional Humanitário (DIH) de todas as partes em conflitos armados para proteger civis e infraestrutura civil, incluindo instalações de água. No entanto, a infraestrutura civil, incluindo redes de água, saneamento e eletricidade, foi destruída durante a guerra na Ucrânia, dificultando severamente o acesso das pessoas a serviços vitais.
“É imperativo que as partes em conflito respeitem suas obrigações relacionadas ao Direito Internacional Humanitário e tomem cuidado constante para poupar a infraestrutura civil. Nos casos em que as instalações de água sofram danos, os técnicos de água devem ter passagem urgente e segura para reparar a rede”, disse a coordenadora residente da ONU na Ucrânia.
O Grupo de Água, Saneamento e Higiene pede a todas as partes para que evitem o uso de armas explosivas em áreas povoadas e removam equipamentos militares e pessoal de posições próximas à infraestrutura civil.
“As crianças que vivem em zonas de conflito têm 20 vezes mais probabilidade de morrer de doenças diarreicas ligadas à água não potável do que de violência direta, como resultado da guerra”, disse o representante do UNICEF na Ucrânia, Murat Sahin. “Seu acesso a água, onde quer que elas estejam, não deve ser prejudicado pela guerra – para as crianças, é uma questão de vida ou morte”, acrescentou.
Liderado pelo UNICEF, o Grupo de Água, Saneamento e Higiene:
  • Forneceu geradores e equipamentos para reparar a infraestrutura danificada para alimentar bombas de água e operacionalizar o sistema de água em Sumy e Chernihiv.
  • Adquiriu 57,4 toneladas de cloro liquefeito para o sistema de água de Kharkiv Vodokanal, que purificará a água por um período de três semanas, e 4,5 toneladas de gás cloro liquefeito para operar o Uzhgorod Vodokanal. Isso garantirá água potável para 1,4 milhão de pessoas em Kharkiv e 140 mil em Uzhgorod, que viram um influxo de pessoas deslocadas.
  • Forneceu água potável por meio de caminhões-pipa ou água engarrafada para mais de 184.500 pessoas em locais onde o acesso à água potável foi severamente comprometido, incluindo partes das províncias de Donetsk, Kharkiv, Luhansk, Sumy e Zakarpattia. -ONU

 

Redação

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